Tuesday, December 30, 2008

Ano Novo II


Mais uma da série...

Ano Novo


Ano Novo, época de esperanças, pedidos e desejos. Essa cena é do dia 31, na virada de 2007 para 2008. Foi fotografada em PB (Ilford 3200) e depois revelada com químico verde. Já fez o seu desejo para 2009?

Saturday, December 27, 2008

Somos todos uma grande fraude


A arte é uma fraude. O artista quer unicamente que você, espectador, se encante com as obras. Está desesperado por um lugar ao sol. Sonha com o reconhecimento. O tempo em que o artista expressava emoções acabou faz tempo. Hoje, a arte expressa a ganância, a disputa do ego, o desespero pela fama. A culpa não é só dos artistas, é de todo meio das artes, dos curadores, colecionadores e galeristas. Mas, no fim das contas, quem se vendeu foi o artista.

Photoshop na Playboy

Vale apena comparar uma edição da revista Playboy de 1985 com uma de 2008. As mulheres, em 1985, eram reais. Tinham pequenos defeitos, barriguinha e rugas. Hoje, são perfeitas, vítimas do Photoshop. Chega a ser patético. Acredito que a Playboy deverá repensar urgentemente a sua postura perante o uso indiscriminado da manipulação digital das imagens. Do ponto de vista ético, o consumidor está sendo enganado. O leitor quer ver a Claudia Ohana nua, não uma versão digital da Claudia Ohana. Em breve, a Playboy fotografará somente a cabeça das mulheres, e usará protótipos de corpos criados eletronicamente a partir de dublês. Depois, é só colocar a cabeça no corpo perfeito, e pronto. A mulher não vai mais precisar tirar a roupa para pousar nua.

Foto montagem

A foto montagem está conquistando um espaço cada vez maior na fotografia de publicidade. Hoje, as grandes marcas dos carros 4x4 preferem fotografar os carros em estúdio e posteriormente fazer uma foto montagem, simulando, por exemplo, uma aventura no deserto. Não entendo a lógica. 90% das pessoas já são capaz de perceber quando se trata de montagem. A publicidade não seria justamente para mostrar que o carro agüenta o tranco off-road? Bem, se tratando de montagem, quem garante ao potencial comprador que o carro realmente é bom de terra? Montagem por montagem, posso colocar um fusca nos lamaçais da Amazônia. Outro segmento que abusa de efeitos de Photoshop é a publicidade de moda. Fazem propaganda de cremes de pele, mas usam tantos efeitos, que transformam as mulheres em bonecas. Qual mulher vai conseguir acreditar no efeito do creme, vendo uma foto da modelo 100% eletronicamente manipulada? Eu não entendo...

Wednesday, December 24, 2008

Guerra e paz


Foto tirada no dia 22.12.2008, navio da Marinha que dava "proteção" ao Presidente da França (acho que deveriam estar é protegendo a linda mulher dele). Aliás, que engraçado: o nosso Presidente achou melhor receber Sarkozy e Carla Bruni na companhia de Camila Pitanga, por que será ? Bem, voltemos à foto. Um navio de guerra envolto por um arco-íris sempre faz pensar. Além de guerra e paz, lembra também os problemas que os homossexuais enfrentam nas forças armadas. Pega até mal, um navio de guerra na frente do arco-íris, símbolo do movimento gay! Mas neste caso não há nada que se possa fazer, um arco-íris não pode ser preso. Finalmente, foi nesse dia que morreu um soldado em treinamento em um navio da marinha (não sei se foi no mesmo navio). De qualquer forma, foi uma linda homenagem da natureza.

Monday, October 20, 2008

Almas aprisionadas em Hades


A liberdade é a busca mais intrigante do ser humano, pois ela não existe da forma como muitos a desejam. Vivemos presos a um sistema complexo, composto por nossa cultura, hábitos familiares, influência de amigos, fatos experimentados e diversos outros fatores. E mesmo se conseguíssemos nos libertar deste sistema, ainda estaríamos acorrentados a nossa constituição biológica, que nos impõem a maneira de ver o mundo. Por esta razão, o momento mais próximo à liberdade que podemos experimentar ocorre quando cerramos os olhos, deixando brotar, na escuridão do nosso ser, a luz do inconsciente. Assim, necessariamente, questionamos o conceito da prisão: um homem trancafiado em um presídio de segurança máxima pode ter maior acesso à liberdade que a sociedade que o aprisionou. Afinal, ele tem tempo de sobra para cerrar os olhos.

Thursday, October 09, 2008

Crise na economia global

A crise que atualmente está derrubando as economias de todo mundo, não é uma crise bancária. Também não é a crise de Bush, conforme afirmou o nosso presidente. Tão pouco foi causada por especulação nos mercados imobiliários. Trata-se, acima de tudo, de uma crise de valores. É difícil explicar este ponto de vista sem entrar no clichê do monstro capitalista mastigando a alma humana.

Há décadas filósofos, líderes espirituais e outros teóricos vem alertando a humanidade dos perigos da inversão de princípios. Chegamos ao ponto em que tudo, absolutamente tudo, é medido em dinheiro. Ao se discutir a preservação da Amazônia, a questão central sempre é o valor financeiro da Amazônia. Ninguém simplesmente diz: “vamos preservá-la pois a floresta é linda” ou “é preciso preservar para que futuras gerações tenham o privilégio de conhecê-la.”. O mesmo fenômeno ocorre na arte, o valor de uma obra está no preço. O sujeito quer ter a obra mais cara possível em casa, pois essa, na visão atual do mundo, é a melhor de todas.

A bolha do mercado imobiliário não foi causadora da crise, mas conseqüência. Pessoas penhorando as suas casas em troca de crédito, mesmo quando não precisavam deste crédito, chega a ser insanidade. Arriscaram o que durante séculos considerou-se o único bem intocável do homem, a casa própria, para comprar uma televisão maior e ter o carro do ano. É falácia dizer que Wall Street causou a crise atual; quem a causou fomos todos nós. Wall Street apenas especulou em cima de nossa visão distorcida do mundo, acelerando a conseqüência inevitável.

Do ponto de vista histórico, a crise vem da evolução de um sistema existente desde os grandes impérios e reinados. Quando um rei precisava de dinheiro, geralmente por ter feito uma má gestão, concedia títulos aos ricos comerciantes, em troca de generosas doações. Através destes títulos os comerciantes tinha acesso ao ciclo social, ou seja, passaram a ter um status. No século XX, na visão capitalista do mundo, estes títulos tornaram-se dispensáveis. Bastava ter dinheiro, que automaticamente o acesso aos ciclos sociais estava garantido, principalmente em economias novas, como EUA, Brasil e, recentemente, China e Rússia. Assim pulou-se a etapa formal do “aval do rei”, e a busca social, por si só já condenável, fugiu do controle. Qualquer um, do favelado ao doutor universitário, poderia ingressar na "sociedade" de uma hora para outra, bastava acumular fortuna, mesmo que de forma ilícita. E só para deixar bem claro, o problema central da questão não é um favelado freqüentar os ciclos da "alta sociedade", mas a necessidade da humanidade de se destacar socialmente. A riqueza deixou de ser garantia de conforto e segurança, para tornar-se uma escada social.

Também nos hábitos de consumo há uma grande distorção. Nada contra o consumo, afinal, todos nós precisamos de dinheiro para sobreviver. O problema do consumo está na relação produto novo / status social. Um ser humano dirigindo o mais recente lançamento da indústria automobilística, ou seja, o carro zero, é mais considerado que outro, com um carro de cinco anos atrás. O mesmo vale para as bolsas femininas e os celulares. O sujeito que usa o mesmo celular por mais de dois anos, acaba virando alvo de piada entre os amigos. Mas como fugir deste modelo sem abalar os milhares de empregos que dependem desta constante renovação, principalmente nas indústrias ? É simples, trocando-se a novidade pela manutenção. Se a humanidade optar por ficar com o mesmo carro por dez anos, surgirão milhares de novas vagas em oficinas mecânicas, pois carros antigos precisam de manutenção. Hoje tornou-se mais barato jogar uma impressora defeituosa no lixo a concertá-la. Além de contribuir para a futura escassez de matéria prima, este fenômeno é um reflexo claro da ditadura do novo; a demanda pelo novo é tão grande que este tornou-se barato.

Os astrólogos estão celebrando a suposta chegada da era de aquários, que, segundo previsões, estria se instalando em 2012, livrando a humanidade da ganância e da imagem social. A “era do ter” estaria sendo substituída pela “era do ser”. Sem entrar no mérito desta ciência quase religiosa, seria um modelo interessante para o homem, um passo maduro para o futuro. Deixar de competir por uma imagem vaga e abstrata, para simplesmente viver a existência, de forma responsável, como na música “Imagine” de Lennon. Voltando a questão da quebra de Wall Street, todo mal se destrói sozinho, e, nesse caso, quem se autodestruiu foram os valores adotados pela humanidade. Estamos vivendo um momento extraordinário, o mais importante desde a reconstrução do mundo após a Segunda Guerra Mundial. Tempos de dificuldade sempre trazem em si a semente do recomeço. Cabe a nós, aproveitar esta oportunidade, solucionando de uma só vez três questão coligadas: o aquecimento global, a desigualdade no mundo e o desespero doentio por um lugar ao sol, quando o sol, por natureza, brilha para todos.

Sunday, September 07, 2008

"Após Moisés"


O título desta minha foto (a imagem de cima) diz praticamente tudo, a imagem simboliza o retorno das águas após a passagem de Moisés pelo mar vermelho. Tirada em 2006 nas Cataratas do Iguaçu, tornou-se um de meus trabalhos mais importantes. A imagem nasceu e complementa a foto “sem título” (a imagem de baixo) que foi apelidada de “Moisés”, por dois colecionadores, um sem saber do outro, razão pela qual adotei o título informalmente. No caso desta segunda foto (a de baixo) temos o divisor das águas. Ou seja, as duas fotos juntas representam e simbolizam a passagem de Moisés pelo mar vermelho.

Monday, August 25, 2008

Fotografia de Produtos


Fotografar um produto (exemplo: uma xícara de café) com qualidade é questão de técnica, prática e senso crítico. Há quatro obstáculos que precisam ser superados:
1) Eliminar reflexos no produto
2) Conseguir foco em todo produto (ou desfoque quando é preterido)
3) Manter uma luz uniforme
4) Eliminar sombras
O item dois é o único que depende da lente escolhida para se fotografar. É preciso usar uma lente macro, capaz de realizar pequenas aberturas, o ideal é que a lente tenha no mínimo o f/stop de 32 (número do diafragma). Usando um f/stop de 32 ou uma abertura menor ainda, consegue-se um campo focal suficiente para ter todas as partes do produto em foco.

Os outros três itens (1,3 e 4) dependem do uso de uma mesa de produto, uma mesa desenvolvida para se fotografar produtos. Para quem não tem esta mesa, existe uma maneira barata e simples para improvisar. Compre 5 placas de isopor, de mais ou menos 50x100cm. Faça um cubo com estes pedaços, deixando somente a parte de cima aberta (como se fosse uma caixa de sapato aberta). Dentro deste cubo coloque uma folha grande de papel branco. Em cima da folha coloque o produto a ser fotografado. Use um FLASH externo com Haze (uma caixa quadrada de tecido que serve como difusor do flash) e tampe 2/3 da parte de cima do cubo com este Haze. Então fixe a máquina no tripé e use o 1/3 aberto, para fotografar o produto.

Para quem não tem Haze, existe uma maneira um pouco menos eficiente mas mesmo assim de grande serventia. Deixe a máquina fotográfica no mesmo lugar do exemplo anterior. No lugar do Haze coloque uma placa de isopor, fechando 2/3 do cubo. Abra a parte de frente do cubo (imagine uma caixa de sapato sem a tampa e com um dos lados recortados) e utilize esta área para disparar um FLASH comum. Só não dispare o flash diretamente em cima do produto, para evitar reflexos indesejados. A foto da xícara foi feita desta maneira, sem o uso do Haze.

Caso você só tenha o próprio FLASH da máquina fotográfica, faça alguns testes, sempre com o produto dentro do cubo do isopor. Evite disparara o FLASH diretamente sobre o produto.

Outra dica importante: use produtos impecáveis. É mais fácil limpar uma xícara antes da foto, do que remover sujeiras no Photoshop.

Thursday, May 15, 2008

O fim do cibachrome

Acabei de receber um telefonema de minha galerista que está em Paris, acompanhando a ampliação de alguns dos meus trabalhos em Cibachrome. Normalmente acompanho pessoalmente qualquer ampliação, mas se tratando de Cibachrome nem sempre é possível, pois o processo somente é feito em Paris (com qualidade excpcional a um preço viável). Mas voltando ao telefonema, acabo de ser informado que o laboratório está fechando as portas mês que vem. A razão: dificuldade para se conseguir matéria prima para o processo analógico. Acredito que os outros poucos laboratórios que trabalham com Cibachrome no mundo irão seguir o exemplo – ou seja, o mais perfeito processo de ampliação colorida está chegando ao fim.
O que é o Cibachrome ? Trata-se do processo mais direto da fotografia. A imagem é captada em cromo (um positivo) e ampliado diretamente para o papel. Assim, existem duas etapas a menos que na ampliação tradicional do negativo (no processo do negativo, na hora de se tirar a foto, a imagem é convertida para negativo e na hora de ampliar, é convertida para positivo novamente, ou seja, são duas etapas a mais). Por ser um processo direto, o Cibachrome é o mais nítido de todos os processos de ampliação e também o mais fiel à realidade. Exibe uma infinidade de degrades e cores que o negativo e o digital não suportam, e consegue dar um volume aos tons de preto. Um Cibachrome bem feito dá uma perfeita noção de profundidade, beirando o olhar tridimensional do ser humano. Quem segura um cibachrome na mão, tem a impressão de estar segurando uma jóia. É um processo extremamente complicado e tóxico, razão pelo qual sempre foi caro e restrito ao mercado de arte. No Brasil Miguel Rio Branco foi o grande difusor desta técnica. Agora, ao exemplo do que aconteceu com a daguerreotipia na fotografia em preto e branco, a tecnologia unida à produção em massa está fazendo desaparecer o mais perfeito processo de ampliação colorida. Uma dica para quem coleciona arte: aproveite e compre os últimos exemplares desta técnica, pois em alguns meses desaparecerão do mercado.

Thursday, April 17, 2008

Robert Capa

Algumas fotografias entraram para a história. O famoso fotógrafo de guerra, Robert Capa, foi o quem mais contribuiu com imagens históricas para a humanidade. O grande marco deste foto-jornalista foi a cobertura da Segunda Guerra Mundial. A foto ao lado (a de cima) foi clicada no Dia D, uma das mais violentas batalhas de todos os tempos. Capa foi um dos fundadores da famosa agência Magnum, com Cartier Bresson e Gerorge Rodger. Outra foto muito famosa de Capa é a morte do soldado (a de baixo), tirada durante a sangrenta Guerra Civil Espanhola. Robert Capa morreu em 1954, aos 41 anos de idade, por pisar em uma mina, na Guerra da Indochina.

Wednesday, April 16, 2008

Sp - Arte 24 a 27 de Abril


De 24 a 27 de Abril (2008) acontece em São Paulo a feira de arte SP-Arte. A feira, a princípio, é destinada ao comércio, mas é uma das poucas oportunidades de ver reunidos artistas brasileiros de todas as épocas, principalmente do modernismo ao contemporâneo. Como a nós interessa a fotografia, recomendo uma visita aos estandes das seguintes galerias:
1) Galeria Tempo: a única exclusiva de fotografia. Artistas como Sebastião Salgado (foto ao lado), Saggese e Lorca, entre outros, fazem parte do acervo da galeria.
2) Fortes Vilaça: Vik Muniz
3) Sílvia Cintra: Miguel Rio Branco

Tuesday, April 15, 2008

Sebastião Salgado e a fama


Uma curiosidade: Sebastião Salgado, ele mesmo, o grande foto-jornalista, ficou mundialmente famoso em 1981, ao fotografar, com exclusividade, a tentativa de assassinato do então presidente dos EUA, Ronald Reagen. Veja a foto ao lado.

O silêncio ensurdecedor


Outra foto da série Heaven. A luz penetrando nos cantos obscuros, insinuando paz. Registrei esta imagem no deserto do Atacama, um lugar onde o conceito do silêncio é questionado. Antes de minha viagem, uma amiga minha, que já havia visitado o Atacama, disse que lá o silêncio berra. E berra mesmo, chega ser ensurdecedor. De carro dirigi até um local no deserto onde eu era o único ser humano, e caminhei por meia hora por dentro de um corredor de falésias, até está completamente só, no mais absoluto dos silêncios. É a primeira vez na vida que presenciei este silêncio colossal, nenhum vento, animal, nada, nenhum ruído. Neste momento todas as emoções se manifestam e cheguei temer a insanidade. Aos poucos, porém, o turbilhão se assenta. Me enxerguei. O silêncio é o espelho das entranhas, é bom estar preparado. Heaven passa necessariamente pelo silêncio.

Saturday, April 12, 2008

Heaven


Estou iniciando uma nova série de fotos, chamada Heaven. Nesta, exploro os conceitos de vida e morte e a busca do homem por “salvação” e felicidade. O medo e a ignorância perante o paraíso (=Heaven) desconhecido. O pavor da luz, o aconchego das sombras. A fuga da clareza contida na busca por clareza. A primeira foto da série é esta caveira ao lado, clicada no Pantanal no início do ano. O título da foto é: “Life on Mars?” – inspirado na lendária música de David Bowie. Escolhi este título por duas razões: 1) A letra da música condiz com as emoções contidas na foto. 2) A incansável busca da humanidade em saber se há vida em marte (e no universo em geral), é, na minha opinião, um reflexo da ignorância perante Heaven. O paraíso realmente existe ? Há vida após a morte física ? A iluminação traz felicidade ? Is there “Life on Mars?”

Wednesday, April 09, 2008

A Importância de Marc Ferrez


Marc Ferrez (1843-1923) é um dos mais importantes fotógrafos do final do século XIX. A grande importância de Ferrez, do ponto de vista histórico, é ter registros únicos de paisagens do Rio de Janeiro, como Corcovado sem o Cristo, a Baía de Guanabara e Copacabana sem prédios. Mas , para nós fotógrafos, a importância de Ferrez é outra. Pode-se dizer que ele criou no Brasil a linguagem hoje usada na fotografia de “Souvenir”, como livros de turismo e cartões postais. Assim sendo, qualquer um que queira se aventurar neste mercado, deve, antes de mais nada, conhecer o trabalho de Marc Ferrez. Grande parte das fotos de Ferrez pode ser vista na Fundação Moreira Sales no Rio de Janeiro. Saiba mais sobre Ferrez em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marc_Ferrez

Tuesday, April 08, 2008

A importância do conhecimento

Tenho recebido diversos e-mails de jovens fotógrafos pedindo dicas de como ter sucesso na profissão. O principal conselho que tenho: estudem os fotógrafos que construíram a linguagem fotográfica. A importância de conhecer o trabalho destas pessoas está nas referências. É preciso saber usar o que os outros já construíram, para a partir disso, construir uma linguagem própria. É preciso tomar cuidado para não copiar. É preciso saber quando alguém está copiando. E é necessário saber recriar um linguagem específica em certas ocasiões.

Sugiro estudar todos os fotógrafos a seguir o máximo possível. Foram eles que revolucionaram a fotografia.

No Brasil:
(os primeiros)
Marc Ferrez
Leuzinger

(os modernos)
Thomaz Farkas
German Lorca

(os contemporâneos)

Miguel Rio Branco
Sebastião Salgado
Mario Cravo Neto
Vick Muniz


Os estrangeiros:
Cartier Bresson (foi um dos pais da fotografia moderna)
Robert Capa (foi o maior fotógrafo de guerra)
Helmut Newton (revolucionou a moda)
Richard Avedon (a melhor luz de todos os tempos / moda e portrait )
Man Ray (o mais valorizado de todos e um estilo inconfundível)
Hiroshi Sugimoto (único, intrigante, PB)
Irving Penn (moda)
Robert Mapplethorpe (fez erotismo / gay e chocou o mundo)
Bert Stern (ficou famoso por fazer o último ensaio de Marilyn Monroe, chamado de “The Last Sitting” – um marco na fotografia)

Existem muitos outros importantes, mais estes são obrigatórios (pode ser que me esqueci de algum). Destes, já estão mortos: Ferrez, Leuzinger, Bresson, Capa, Newton, Avedon, Man Ray, Mapplethorpe.

Wednesday, March 26, 2008

Sonia Andrade


Inaugura amanhã, 27.03.2008, na Galeria Tempo, a expo de Sonia Andrade na Galeria Tempo. Trata-se de uma gigante vídeo instalação, misturando mais de uma tonelada ametistas com uma projeção de vídeo. Sonia é a precursora da vídeo arte no Brasil, tendo trabalhos nos mais importantes museus e fundações do mundo. A Galeria Tempo fica na Av. Atlântica, 1782, ao lado do Hotel Copacabana Palace. Tel. 2255-4856.

Tuesday, March 18, 2008

cavalos na chuva


De volta para a minha grande paixão: os cavalos. Foto tirada de baixo de chuva pesada, que deu a idéia do fundo infinito branco, como no estúdio. Nestas horas nada como uma antiga Rolleiflex. Não há chuva que faça esta máquina parar de fotografar. O modelo que eu usei neste dia, uma Telerollei, já deve ter em torno de 50 anos...

Sunday, March 16, 2008

Caça de trofeus


Ainda falando em fotografia de natureza (principalmente animais) é preciso estar atento a uma armadilha: muitos fotógrafos transformam-se em caçadores de animais e orgulham-se pelo simples fato de terem fotografado um animal difícil de ser avistado, como a onça-pintada. Ouço muitos fotógrafos dizendo: “você tem foto de capivara ? eu tenho... . você tem foto de onça ? eu tenho...” . A fotografia tornou-se uma caça, onde os animais captados são simples troféus. Pouco importa a qualidade da foto, querem somente ter o orgulho de dizer: “eu tenho uma foto de urubu-rei”. Tal atitude é tudo menos fotografia. O fotógrafo, antes de mais nada, tem um compromisso com a qualidade da imagem. Muito mais vale uma foto espetacular de um pombo na praça, do que uma foto medíocre de uma onça no Pantanal. Mas é claro, não podemos tirar o mérito de quem busca uma foto singular da onça. Entre uma imagem espetacular do pombo e outra espetacular da onça, fico de longe com a foto da onça. Mas não podemos nos contentar com o simples registro, precisamos sempre buscar a perfeição.

Transformando a fotografia de natureza


Tenho me dedicado muito a fotografia de natureza nos últimos meses, especialmente de animais no Pantanal. Este trabalho ocorre paralelo ao meu trabalho de arte, e, de alguma forma eu sei, que ambos os trabalhos ainda se encontrarão. A princípio são opostos, pois a fotografia de arte é um movimento de dentro para fora, enquanto a fotografia de animais selvagens é um processo de caça de imagens, ou seja, o objeto determina a foto e não um sentimento interno. Percebo porém aos poucos que é possível permitir a influência das emoções mesmo nas fotos mais concretas como o vôo de uma ave. O resultado ainda não é arte, pois continua sendo um simples registro, mas, aos poucos, caminha nesta direção. Acredito que a fotografia de natureza, hoje marginalizada pelos críticos de arte, irá sofrer uma repentina valorização. Mas tudo dependerá da abordagem dos fotógrafos. É preciso libertar-se do animal como objeto, para focar no animal como meio de expressão. Trocar conquistas do tipo “olha só como é linda essa foto da onça”, pela simples interrogação: “o que a foto deste animal lhe desperta ?”.