Tuesday, October 19, 2010

apenas um fotógrafo

A questão da arte contemporânea na fotografia é delicada. Muitos fotógrafos acreditam-se obrigados a seguir os atuais conceitos estéticos (ou seja, a ausência de estética) para que o trabalho deles não seja tachado de ultrapassado. Bobagem. Há diversos movimentos que tentam, a qualquer custo, unificar a fotografia com a arte contemporânea, afirmando que a fotografia tradicional morreu. A tradição nunca morre. É inegável que os conceitos atuais produzirão efeitos na estética da fotografia, mas não é preciso abrir mão da base para dizer-se atual. Que cada um faça o seu trabalho, e que o futuro nos mostre onde quem errou e acertou. Ninguém deve sentir-se intimado por movimentos artísticos. Arte é liberdade, não é opressão. Há uma certa chatice arrogante na arte contemporânea: “seja assim, ou você é ultrapassado”. No momento em que um movimento de arte firma bases sólidas de conceitos, formas e contextualização, ele torna-se obsoleto. A arte contemporânea não anda tão contemporânea assim. Mas eu não entendo nada disso. Sou apenas um fotógrafo.