Monday, July 30, 2007

A determinação


Hoje me perguntaram por que eu dedicava grande parte do meu trabalho aos cavalos. O cavalo simboliza a determinação – e essa é, somada a honestidade, a maior qualidade do homem. Imagine-se velho e moribundo, deito na cama, pensando em sua vida; neste momento tudo o que você tem é um passado. E há dois passados possíveis: um de luta e determinação, outro de fraqueza e desistência. Pouco importa se você realizou ou não os seus sonhos, venceu as suas batalhas ou conquistou os seus objetivos. As conquistas são passageiras. Só o que fica, é a satisfação de ter tentado até o fim, de jamais ter desistido e de ter sido fiel a si mesmo.

Tuesday, July 24, 2007

O começo de tudo


Tudo começou com esta foto no final de 2004. Sou fotógrafo “comercial’ há muito tempo, mas nunca havia me aventurado pelo terreno das artes. Em Dezembro de 2004 eu fazia testes com uma Rolleiflex antiga em uma instalação militar no Rio de Janeiro, quando me deparei com esta pequena escada acompanhada de uma corda azul. E aquela visão, tão singela mas expressiva, mudou o meu olhar para sempre. Na fotografia comercial a forma dita o conteúdo, ou seja, parte-se do princípio de fotografar algo específico, como, por exemplo, o Corcovado, uma família feliz, a onça-pintada, etc. O resultado final é, por mais criativo que o fotógrafo possa ser, uma imposição do conteúdo concreto. Já na fotografia de arte não existe conteúdo concreto e por esta razão não há imposição da forma. A foto, nada mais é que a materialização de uma abstração e, a interpretação, muitas vezes foge a idéia original. Criar arte é “livrar-se de emoções”, como disse o poeta Ferreira Gullar em uma palestra na Casa do Saber em 2006. Se a emoção for rica o resultado será verdadeiro. Quando a emoção é medíocre não há arte. O artista que cria para vender, sedo ou tarde, acaba se deparando com o vácuo.

Monday, July 23, 2007

Museu do Tudo

Conforme eu já havia noticiado neste mesmo Blog, inaugurou sábado 21.7.2007, na Garage Salles em Itaipava, a exposição Museu do Tudo com curadoria de Miguel Rio Branco. A exposição mais parece uma gigante instalação. Miguel misturou as suas obras e de diversos artistas como Sebastião Salgado,Vergara e muitos outros, a objetos decorativos e peças de antiquário. As obras de arte não tem identificação, cabendo a cada um decidir o que é o que não é arte. O resultado é que as pessoas param as vezes 30 segundos em frente a um simples objeto decorativo, enquanto dão pouca atenção a uma consagrada obra de arte. Incrível e muito bem curado. A idéia porém não é criticar o espectador, porém deixar cada um decidir o que ele considera ou não considera arte. É uma reação a arte ditada pelos colecionadores e curadores. endereço: Estrada União Indústria, 14999, Itaipava. Tel.: 24-2222-0374.

Wednesday, July 18, 2007

O fim de uma era


O fim da era analógica na fotografia está realmente se anunciando. Muitos fotógrafos de renome já estão dando saída digital a fotografias, mesmo fotógrafos tradicionais como Mario Cravo Neto. O grande vilão da fotografia tradicional é, surpreendentemente, o atendimento. Sempre especulou-se que a crescente qualidade da fotografia digital, unida ao baixo preço, iria, aos poucos, derrubar a fotografia analógica. O que eu observo porém é que o principal fator de adesão ao digital por fotógrafos de arte está no atendimento dos laboratórios (pelo menos aqui no Brasil). A saída digital tem uma única matriz e uma prova de impressão que, para sempre, serão o modelo de como a foto deve ficar após impressa. O fotógrafo não precisa mais acompanhar o processo de ampliação, pois não há dúvida, a matriz precisa ser reproduzida com exatidão. Além disso, os equipamentos digitais são manipulados por profissionais recém-formados, já acostumados as exigências cada vez crescentes em relação ao atendimento por parte dos consumidores. No caso da fotografia analógica (tradicional), os laboratórios estão na mão de “dinossauros”, que impõem dezenas de regras e dificilmente aceitam devolução do material, quando a saída não agradou as expectativas do fotógrafo. Por esta razão o fotógrafo exigente é obrigado a acompanhar o processo de ampliação, o que toma muito tempo. E, muitas vezes surgem discussões, pois o laboratorista reluta em aceitar interferência em seu trabalho. Eu ainda faço 100% do meu trabalho de arte no processo analógico, mas também já estou cansando. A facilidade do digital seduz.

Tuesday, July 17, 2007

Exposição "Ver e ser visto"


Dia 27.07.2007 inaugura no Espaço Repercussivo a exposição “Ver e ser Visto”. A curadoria é de Alexandre Hipólito. Participo com um backlight, conforme imagem ao lado. Esta imagem faz parte do meu trabalho Hades, que é inspirado no sub-mundo da mitologia grega. Outros detalhes sobre Hades em www.felixrichter.com.br/hades.htm . Veja outros detalhes da exposição no endereço http://www.repercussivo.com/ .

O fotógrafo Miguel Rio Branco está curando o Museu do Tudo, uma exposição de arte a ser realizada de 21/07/2007 a 31/08/2007 em Itaipava, no Estado do Rio de Janeiro. Estou participando com uma fotografia (à direita). Participam diversos artistas, entre eles Antonio Saggese, Mauro Fainguelernt o próprio Miguel Rio Branco e Fernando Lemos.

Wednesday, July 11, 2007

os animais



Somente agora, após 12 viagens ao Pantanal, tirei fotos excepcionais dos animais. Fotos que um fotógrafo de primeira viagem dificilmente consegue tirar. As razões são duas: 1) uma maior compreensão dos animais e do ecossistema – 2) andar sozinho, a pé pelo Pantanal. Após me familiarizar com animais como onças, cobras, abelhas africanas, queixadas e outros, compreendendo a maneira como reagem a presença do homem, tive a coragem de me aventurar sozinho por este habitat selvagem, sem carro, cavalo, arma e outra proteção. Sozinho e a pé, sem ter com quem conversar, tive a grata surpresa de me aproximar até poucos metros de qualquer animal. Eles deixaram de me ver como intruso ou predador, para me perceber como somente mais um do Pantanal, entre tantos outros animais. O auge foi ficar frente-a-frente com a onça pintada (infelizmente sem foto). Eu estava distraído na beira do rio quando ouço um forte esturro atrás de mim. Olhei para trás e ela estava há no máximo 15 metros de distância. Assim que eu a avistei ela sumiu na mata. Aparentava ser uma fêmea, de estatura média. Dois dias depois encontrei com a onça-parda e desta sim consegui tirar fotos. Encontrei a mesma ao longo de uma cerca que divide a fazenda onde eu estava hospedado (grande parte do Pantanal, mesmo do Pantanal selvagem, é propriedade particular).

Fotografia digital no Pantanal


A fotografia digital deu um grande pulo nos últimos meses. Até mesmo eu, que sempre fui defensor da fotografia tradicional (cromo ou negativo), percebo grandes vantagens no digital. Recentemente testei a Novo Canon 400D de 10.1 megapixels e me surpreendi com a qualidade do resultado final. Acostumado a fotografar no Pantanal, onde há grandes variedades de luz, sempre andei com nó mínimo duas maquinas com filmes de sensibilidade diferente. Assim eu perdia algumas fotos, pois quando avistava o animal, muitas vezes estava com a máquina errada na mão. Na digital basta mudar o ISO apertando um botão. Como a finalidade destas fotos não é “ampliação em papel” porém uso em “livros de fotografia” a qualidade final é 100% satisfatória.