Wednesday, July 18, 2007

O fim de uma era


O fim da era analógica na fotografia está realmente se anunciando. Muitos fotógrafos de renome já estão dando saída digital a fotografias, mesmo fotógrafos tradicionais como Mario Cravo Neto. O grande vilão da fotografia tradicional é, surpreendentemente, o atendimento. Sempre especulou-se que a crescente qualidade da fotografia digital, unida ao baixo preço, iria, aos poucos, derrubar a fotografia analógica. O que eu observo porém é que o principal fator de adesão ao digital por fotógrafos de arte está no atendimento dos laboratórios (pelo menos aqui no Brasil). A saída digital tem uma única matriz e uma prova de impressão que, para sempre, serão o modelo de como a foto deve ficar após impressa. O fotógrafo não precisa mais acompanhar o processo de ampliação, pois não há dúvida, a matriz precisa ser reproduzida com exatidão. Além disso, os equipamentos digitais são manipulados por profissionais recém-formados, já acostumados as exigências cada vez crescentes em relação ao atendimento por parte dos consumidores. No caso da fotografia analógica (tradicional), os laboratórios estão na mão de “dinossauros”, que impõem dezenas de regras e dificilmente aceitam devolução do material, quando a saída não agradou as expectativas do fotógrafo. Por esta razão o fotógrafo exigente é obrigado a acompanhar o processo de ampliação, o que toma muito tempo. E, muitas vezes surgem discussões, pois o laboratorista reluta em aceitar interferência em seu trabalho. Eu ainda faço 100% do meu trabalho de arte no processo analógico, mas também já estou cansando. A facilidade do digital seduz.

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