Saturday, July 15, 2017

a felicidade é uma casa sem paredes

Quando criança, ela sonhava em ser cantora. Fazia apresentações para os adultos, imitando a estrela do momento. Depois, no início da adolescência, sonhou em ser modelo. Era um sonho um pouco mais sério que o de ser cantora. Reclusa em seu quarto, longe de olhares estranhos, desfilava na frente do espelho e se imaginava nas passarelas do mundo. Finalmente, já quase adulta, sonhou em ser atriz. Repetia os diálogos das telenovelas e se entregava ofegante nas cenas de beijo. Os anos correram, a vida enveredou por caminhos inesperados; dos sonhos de fama fez-se a realidade do sustento diário. Hoje, quando ela pensa para trás, um sorriso sincero quebra a dureza rotineira. Ela se dá conta de que foi primeiro cantora, depois modelo, então atriz. Ninguém, jamais, há de nos tirar os sonhos, ela percebe. E, às vezes, de noite após uma longa jornada de trabalho, ela fecha os olhos e se enxerga nos mesmos palcos em que foi estrela quando na idade dos sonhos. Os holofotes imaginários ofuscam qualquer frustração. Livre ela se sente, pois livre ela é: a felicidade é uma casa sem paredes.

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