Wednesday, November 04, 2015

imensa pátria dos desenganados

eu gostaria de criar alguns países novos.

num deles, colocaria o Lula como presidente e Genuínios, Dirceus e Delúbios como ministros. nesse país, poderiam morar todos aqueles que ainda confiam nos caciques do PT e acham que tudo é mentira da oposição. seria uma país do estado total, com nenhuma empresa privada. haveria bolsas de tudo para todos, intercâmbios culturais com Cuba e um bloco econômico formado com os vizinhos Venezuela e Bolívia. o dinheiro sem fim viria não se sabe donde. investigar políticos por corrupção seria proibido.

no outro país, Cunha seria presidente e a bancada BBB (bala, boi, bíblia) lhe auxiliaria. seria um país para todos aqueles que são contra a liberdade excessiva das mulheres e os direitos civis dos homossexuais. nas escolas, o ensinamento seguiria o conhecimento da bíblia. o porte de armas seria liberado, e qualquer desavença se resolveria pessoalmente. não haveria florestas, toda terra seria destinada à agropecuária, e os transgênicos reinariam absolutos. políticos teriam direito a gratificações sobre a rentabilidade de estatais, depositadas em contas na Suíça.

no terceiro país, Jean Wyllys seria o presidente e Gregório Duvivier o pai da constituição. seria o país da liberdade dos oprimidos. policiais ficariam presos e os ladrões policiariam as ruas, para compensar o fato de que são vítimas duma sociedade hierárquica desigual com pressupostos humanitários invertidos pela ganância do capital inescrupuloso. a maioridade penal passaria dos 18 para os 81 anos. a profissão de babá seria extinta por decreto.

no quarto país, voltaríamos à ditadura. seria a pátria alegre daqueles que tanto pedem o retorno dos militares. pronto, uma ditadura só para chamar de sua. bandido bom seria bandido morto, e, talvez, o desenho do Bob Esponja fosse banido da televisão, pois o personagem do Lula Molusco poderia ser um risco à soberania nacional. nas escolas, nada de alunos desobedientes, solitária neles. baderna, nunca mais. o termo maioridade penal inexistira. um recém-nascido poderia ser responsabilizado por seus atos.

é claro, não me esqueci, haveria ainda o país governado por Aécio. seria o paraíso das empresas privadas, tudo padrão Fifa, a prova viva de que empresas privadas são de transparência exemplar. bicicletas seriam banidas das ruas, e os carros recuperariam os espaços que as ciclovias usurparam. um pool de cervejarias administraria escolas, universidades e empresas de jornalismo. ao contrário do país governado por Lula, investigar políticos seria sim permitido, desde que da oposição, é claro.


por fim, haveria um último país para todos aqueles que não se enquadrassem nos outros. seria o país das sobras. um país em que ninguém acreditasse que esse ou aquele discurso radical faz a mínima diferença. um país em que as pessoas se dessem conta de que a educação, a honestidade e o respeito ao próximo são os únicos pilares necessários a uma grande nação. acredito que esse último país já exista há muito tempo: é a nossa imensa pátria dos desenganados.

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