Sunday, December 23, 2012

nem tudo que se admira é arte


Apolo, deus da luz e das artes, é filho de Zeus com Leto. Zeus representa a energia primordial criativa, enquanto Leto é a deusa da liberdade. Assim, seguindo-se o pensamento da mitologia grega, as artes nascem quando há liberdade criativa. As duas premissas básicas para uma obra de arte são, por tanto, criatividade e liberdade. Um ser livre, que copia, não cria arte. Um ser criativo, ordenado a fazer certa obra, tão pouco, produz arte. Seguindo-se este raciocínio, a maior parte das obras do renascimento não seriam obras de arte, pois foram encomendadas pela Igreja. As cenas religiosas de Rafael, Da Vinci e Michelangelo não seriam arte, pois são frutos do dogma religioso. É uma afirmação ousada, defendida por alguns estudiosos. Na prática, é difícil admirar um quadro de Michelangelo e afirmar que não é arte. Talvez, a chave da questão esteja na palavra admirar: nem tudo que se admira é arte.

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