Alguns rapazes, sempre implicantes, inventaram para a
menina que havia um mestre no topo da montanha, com respostas para todas as
dúvidas do universo. Ela, mergulhada em questões existenciais, subiu a trilha
ardilosa até o cume do monte. Chegando lá, percebeu que fora enganada e que não
havia mestre algum. Chateada, sentou-se sobre uma pedra e espiou os horizontes
distantes. Permaneceu lá por longas horas, e o olhar amadureceu. Como se, de
repente, compreendesse cada uma das palavras que lhe roubavam o sono de
madrugada. Quando retornou, os rapazes perguntaram, em tom de ironia, como fora
o encontro com o mestre. Ela sorriu e respondeu que eles estavam enganados, não
havia mestre algum no alto do monte. Os rapazes ameaçaram rir, quando a menina
completou “na verdade é uma mestra, uma mulher; e ela me mostrou que vocês e eu,
apesar das implicâncias, um dia seremos as melhores memórias uns dos outros.”
Os rapazes, atônitos, disfarçaram a incompreensão e dispersaram. No dia
seguinte, subiram até o alto da montanha, na esperança de encontrar a mulher
sábia, mas apenas se depararam com uma pedra vazia.
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