escrever sem saber onde chegar. uma trilha de lugar algum
para o qualquerquês. palavras novas, pensamentos antigos. luz que ilumina os
tornozelos e deixa os pés nas sombras. o que é uma ideia? o que são cinco
peixinhos presos numa piscina natural? o fotógrafo quer registrá-los, o
pescador pescá-los. a criança primeiro se encanta, depois, torce pelo pescador.
perdem-se os peixes, fica o fundo de areia amarelada com cinco conchas vazias. alguém
avisa que os peixes não são comestíveis, o pescador responde que isso não
importa, o que importa é que pescou os peixes. que tal soltá-los, então? nem pensar,
vou levá-los prá turma do bar, sempre dizem que eu não sei pescar. no canteiro
brota uma florzinha desajeitada. torço para que nenhum rapaz enamorado a encontre,
pelo menos, por enquanto. desejo que antes possa perfumar o mundo.
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