o assunto mais ingrato para se comentar é o conflito
Palestina x Israel. quão maior o esforço de abordar a questão de forma neutra, maior
a certeza de que aquele conflito é um espelho de milhares de conflitos em todo mundo.
aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, vivemos situação bem parecida; milhares de pobres residem
praticamente trancafiados nas favelas e têm como principal apoio organizações
humanitárias e organizações criminosas locais. aqui não existe uma fronteira
física separando os dois lados, mas a fronteira invisível existe, e o lado de
cá não aprecia quando o lado de lá se aventura pelos shoppings e cinemas da área
nobre. a invasão militar, como resposta a crimes, também é um método que nós
usamos. quando um bandido de uma favela assassina uma mocinha da área nobre, o
Bope invade aquela favela e a ação também traz como efeito colateral a morte de
alguns civis. nossa sociedade, assim como Israel faz em relação à Palestina,
acostumou-se a tolerar a morte de civis nas favelas, quando o pretexto é manter
a ordem e reprimir criminosos que lá se escondem. por isso, não me sinto em
posição de opinar no conflito Israel x Palestina. creio ser preciso, antes de opinar
em conflitos alheios, arrumar a própria casa. desafio qualquer um a comparar o
número de civis mortos pela polícia brasileira ao de civis palestinos mortos
pelo exército de Israel. a nossa guerra causa mais mortes.
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