aos poucos, os gritos viram burburinhos, e a frente fria
espanta os últimos dos exaltados das avenidas, as vozes do verão se calam, e um
longo inverno incógnito se anuncia às almas exauridas. foram semanas intensas
que vivemos. emoções caminharam do descrédito à euforia e, agora, acomodam-se
na incerteza que reside na esperança receosa. quais serão os frutos desta
primavera fora de estação? na minha rua, alguns meninos chutam bola, e me dou
conta de como tudo está entrelaçado. está lá, o nosso futuro, na descalça
algazarra, mostrando que, pelo menos na primavera da vida, o gol vem antes da
responsabilidade. alegro-me por eles.
No comments:
Post a Comment