Hoje um ladrão furtou o
celular de uma senhora. O ladrão estava acompanhado de um pivetinho, de, no
máximo, 5 anos. O ladrão fugiu e a população pegou apenas o pivetinho. A
notícia boa é que a maior parte do grupo que pegou a criança viu que se tratava
apenas de uma criança. Seguraram ele e esperaram a policia chegar. A notícia
triste é que havia pessoas querendo espancar o menino. Adultos de 40, 50 anos,
querendo machucar um criança de cinco anos, que sequer fora autor principal do
roubo. Então percebo o que a violência faz ao brasileiro: estamos perdendo a
essência humana. A face silenciosa da violência é que ela recruta nossas almas.
Compaixão vira ódio, e o mundo passa a girar em torno da necessidade imediata por
segurança. Precisamos de segurança, e quem ameaçá-la é considerado inimigo passível
da pena de morte. As vezes, o ódio me alcança também, e temo por minha
individualidade: tenho medo de virar mais um desalmado nesse mar de zumbis,
pregando a mesma ideia intransigente de combater a violência através da
violência. Como se picada de cobra se curasse com picada de cobra. O amor é a pedra fundamental do universo.
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