doce vida: estava sozinho no escritório, os olhos fixos na
tela do computador. desvio o olhar e vejo um passarinho amarelo pousado no
parapeito da janela, olhando para dentro da sala. parei o que fazia e observei o
pássaro que lá ficou por um minuto. eu trabalho naquele mesmo escritório há
quatro anos, e nunca antes um pássaro admirou minha sala. quanto mais eu penso
sobre esse momento singular, mais tenho a certeza de que não há qualquer lição
ou ensinamento no episódio. tratou-se, somente, dum pássaro observando minha
sala. o encanto daquele momento está justamente nessa ausência de qualquer propósito,
como o sorriso das crianças ou a estrela cadente. são as sutilezas sem objetivos
que fazem doçura da vida insana.
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