Apolo, deus da luz e das artes, é filho de Zeus com Leto.
Zeus representa a energia primordial criativa, enquanto Leto é a deusa da
liberdade. Assim, seguindo-se o pensamento da mitologia grega, as artes nascem
quando há liberdade criativa. As duas premissas básicas para uma obra de arte
são, por tanto, criatividade e liberdade. Um ser livre, que copia, não cria
arte. Um ser criativo, ordenado a fazer certa obra, tão pouco, produz arte.
Seguindo-se este raciocínio, a maior parte das obras do renascimento não seriam
obras de arte, pois foram encomendadas pela Igreja. As cenas religiosas de
Rafael, Da Vinci e Michelangelo não seriam arte, pois são frutos do dogma
religioso. É uma afirmação ousada,
defendida por alguns estudiosos. Na prática, é difícil admirar um quadro de
Michelangelo e afirmar que não é arte. Talvez, a chave da questão esteja na
palavra admirar: nem tudo que se admira é arte.
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