Ser feliz, ser persistente, ser independente, ser
diferente, ser amável, ser gentil, ser forte, ser tolerante. Há tantas regras,
conselhos e ditados de como se deve ser, que esse “ter de ser” esgota a alma.
Que tal apenas e simplesmente ser? Sem adjetivo: ser. E nada mais.
Saturday, February 18, 2017
Saturday, February 11, 2017
quero me perder de novo
Hoje eu me perdi e não me reencontrei. Para ser sincero, não
quis me reencontrar. Desejei somente vagar por meu mundo paralelo em que o dia
a dia não sabe me importunar. Onde as flores nascem de cabeça para baixo e os
pássaros se calam curiosos. Aqui a noite é eterna, desde que eu não vá dormir.
Fecho os olhos e sinto que não sinto. Abro a geladeira e nada retiro. Releio
alguns trechos de textos que me agradam e finjo que as palavras são minhas.
Imagino o sol nascendo e o despertador quebrado. Imagino alguém entrando no meu
quarto e encontrando a cama vazia. O sono se aproxima, eu reluto, mesmo sabendo
que terei de acordar cedo. Penso em algo que me foge. Por fim, adormeço.
Desperto de manhã no reencontro com o compromisso. Estou com muito sono, mas
sem arrependimentos. À noite, quero me perder de novo.
Thursday, February 02, 2017
o milagre e a eternidade
As
vezes enxergo o milagre por um fugaz instante. De repente, reconheço a
impossibilidade lógica de tudo que existe. Como assim, uma carta de amor? Como
explicar que da poeira do universo evoluiu um sistema de vida que acabou por
permitir a existência de uma carta de amor? Quando percebo a grandeza desse
processo de criação, tudo de negativo perde o significado e só o que permanece
é o milagre: singelo, delicado e absoluto. É um palácio de cristal brilhando na
imensidão de uma planície azul. Tão improvável como o ato de eu estar
escrevendo essas linhas. Tão fascinante como o fato de você estar se
identificando com as minhas palavras. Pense nisso: da poeira do universo
evoluiu essa comunicação que gera um instante de verdade entre nós. Nuvens que
se transformam. Caminhos; eternidade.
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